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Mais de 90% dos pacientes em tratamento contra HIV/AIDS em Itajaí têm carga viral indetectável, ou seja, não transmitem o vírus e mantém uma vida saudável. Os dados são do Centro de Referência de Doenças Infecciosas (Ceredi), que realiza o acompanhamento dos pacientes na cidade. Ao todo, há 2.688 pessoas realizando tratamento na unidade, sendo que 2.459 são indetectáveis. Nesta terça-feira (1º) em que é celebrado o Dia Mundial de Luta Contra AIDS, a Secretaria de Saúde reforça as ações de prevenção nas unidades de saúde em alusão à campanha Dezembro Vermelho.

Durante o mês, as unidades básicas abordarão o tema por meio de campanhas de conscientização com pacientes e empresas, oferta de testes rápidos para detecção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), como HIV, sífilis e hepatites B e C, entre outras ações. A intenção é sensibilizar a população sobre a importância do cuidado preventivo e do tratamento.

“Neste ano, o município atingiu parcialmente meta proposta pela Unaids. Isso significa que temos 90% dos moradores diagnosticados com HIV/AIDS em tratamento e 90% com supressão viral, ou seja, indetectáveis. Sabemos que é muito difícil diagnosticar todas as pessoas que têm o vírus, mas através de capacitações com profissionais de saúde, aumento da testagem da população e ações de educação em saúde conseguimos um resultado positivo”, explica a enfermeira do programa de IST/AIDS/HV da Vigilância Epidemiológica, Jacqueline Koch.

Ela reforça que mesmo com a pandemia de coronavírus, os pacientes continuaram recebendo acompanhamento, realizando exames e retirando a medicação adequadamente.

Casos de HIV/AIDS em 2020

Em 2020, o Município registrou 111 casos de HIV/AIDS, uma redução de 48,8% em relação ao ano passado quando foram diagnosticados 217 casos. Dos casos registrados neste ano, 74 contraíram o HIV e 37 já manifestaram a AIDS. O público mais afetado pela doença são homens heterossexuais. A faixa etária mais atingida é a dos 20 a 39 anos. A cidade também registrou neste ano uma redução de 10,5% nos casos de óbitos por HIV/AIDS em relação a 2019.

Prevenção Combinada

Além das ações de conscientização e testagem para a população, a Vigilância Epidemiológica está promovendo desde o mês de outubro uma capacitação para agentes comunitários, médicos, enfermeiros e demais profissionais de saúde sobre prevenção combinada. O objetivo é apresentar aos servidores as novas combinações de prevenção do HIV/AIDS para ampliar o acesso da população às medidas disponíveis, que deixaram de se restringir ao uso do preservativo.

A Prevenção Combinada prevê a disponibilização, além dos preservativos (masculino e feminino), testagem rápida do HIV, sífilis e hepatites virais, Profilaxias Pré e Pós Exposição ao HIV (PrEP e PEP), terapia antirretroviral e a informação de que uma pessoa que vive com HIV não transmite o vírus por via sexual enquanto estiver sob tratamento adequado.

“A combinação dessas intervenções visa reduzir a falta de adesão aos métodos de prevenção clássicos ao ofertar outras medidas. Além disso, objetiva identificar precocemente o estado sorológico do paciente para iniciar o tratamento antirretroviral de modo oportuno, como forma de prevenir novos casos e melhorar a qualidade de vida das pessoas que já vivem com HIV/AIDS”, ressalta a psicóloga do Programa de IST/AIDS/HV de Itajaí, Micaela Silveira.

Além da capacitação presencial, médicos e enfermeiros da rede municipal poderão participar de uma qualificação online sobre a Prevenção Combinada. O evento será no dia 8 de dezembro. Mais informações podem ser obtidas com a Vigilância Epidemiológica pelo telefone (47) 3249-5566.