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O Município de Itajaí, por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, lança um novo informe epidemiológico sobre a violência contra a mulher. O relatório registra 135 casos notificados de violência interpessoal contra mulheres, residentes no município, no período de julho a dezembro de 2022. Isso representa quase 23% de todas as violências interpessoais e autoprovocadas registradas no mesmo período, de pessoas residentes em Itajaí.
Entre os registros, o caso mais notificado foi de violência física com 84 ocorrências (43,75%). Violência psicológica aparece em segundo com 50 casos e ainda há registros de negligência/abandono (35 casos), violência sexual (15), violência financeira/econômica (5) e tortura (3). Vale ressaltar que o mesmo caso pode ser notificado em mais de um tipo de violência.

O documento ainda aponta a relação da vítima com o autor: em quase 35% dos casos a violência partiu do parceiro íntimo (51 notificações). Familiares é o segundo grupo mais notificado (40), seguido de outros vínculos (21), desconhecidos (10), amigos e conhecidos (8) ex-parceiro íntimo (7), ex-namorado (6) e namorado (3).

Além da proximidade com o agressor, o relatório também revela que quase 78% dos casos ocorreram na casa da própria vítima. Foram 105 casos em residência, 12 em outros locais, 9 em via pública, 4 em bar ou similar, 3 em comércio/serviços, 1 em escolas e 1 em habitação coletiva.

Com relação ao sexo do agressor, o masculino prevalece em 80% das notificações (108 casos). Mulheres foram responsáveis por 14 violências, enquanto que 12 notificações registram ambos os sexos e em uma o sexo foi ignorado.

Os dados do informativo foram retirados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do Ministério da Saúde (MS). Confira o documento completo no fim desta matéria, ou clicando neste link.

O relatório tem como objetivo dimensionar a situação epidemiológica de Itajaí com relação à violência contra a mulher. De acordo com a psicóloga da Secretaria de Saúde e coordenadora da Rede de Atenção Integral às Pessoas em Situação de Violência de Itajaí, Thamara Mir, este é o quarto informativo elaborado sobre o tema em Itajaí e os resultados demonstram o desafio para as políticas públicas e reforçam o quanto é imprescindível a atuação em rede e o quanto se faz urgente uma mudança cultural da sociedade. “A violência é um problema de saúde pública e sua notificação é fundamental para a vigilância epidemiológica e para definição de políticas públicas de prevenção e promoção de saúde”, comenta a profissional.

Ações de combate

Em Itajaí, anualmente são realizadas duas campanhas voltadas à proteção das mulheres. Durante o mês de agosto ocorre o “Agosto Lilás: mês de combate e prevenção da violência contra a mulher”. A ação é realizada pela Secretaria de Promoção da Cidadania, Secretaria de Saúde e Rede de Atenção Integral às Pessoas em Situação de Violência, com o apoio e a parceria de diversas instituições e serviços.

Já a campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” é realizada entre os dias 25 de novembro e 10 de dezembro. Essa atividade também é articulada através da Rede de Atenção Integral às Pessoas em Situação de Violência, por meio da Secretaria de Saúde/DVE, em parceria com as demais instituições e serviços da rede de atendimento e enfrentamento à violência contra a mulher.

Além disso, para saber o que fazer em situações de violência, acesse o portal redemulher.itajai.sc.gov.br. Pessoas vítimas de violência podem denunciar o agressor pelos telefones: 190 (Polícia Militar), 181 (Polícia Civil), 153 (Guarda Municipal), 180 (Canal de Atendimento à Mulher) e 100 (Disque Direitos Humanos). Em casos de ferimentos, acione o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193 ou Samu pelo 192.